Viver.
- jornalcedsigma
- 5 de jun. de 2024
- 1 min de leitura
Eu tenho uma tendência em colocar as mesmas músicas para escutar, toda vez. É uma espécie de conforto, eu acho.
Todas as memórias boas voltam ao mesmo tempo, como um deleite único de algo que não viverei de novo.
Memórias de quando mamãe me segurava em seus braços, ou quando eu era uma criança, correndo na mata com minha irmã para pegarmos amoras.
As memórias voltam como um sopro.
Choro de emoção, pois sei que eu viveria tudo de novo. Não me arrependo de nada do que fiz, de nem um caminho dado.
Por mais que o agora pareça errado, eu sei que é o certo. Não existe arco-íris sem chuva, e eu sei que os dias de sol irão vir.
Quem vai contar ao meu ‘eu’ de cinco anos atrás tudo que vivemos? Quem vai contá-la de todos os erros, de todos os acertos e as novidades que me cercam?
Desejo que a criança descubra assim que possível, desejo que ela veja o quão lindo é o nosso futuro, o quão brilhante e abençoada somos.
Irei chorar de nostalgia hoje, ouvir as mesmas músicas, e amanhã irei caminhar sorrindo, construindo, com cautela, um castelo onde eu possa viver em paz.
Sonharei acordada, divagando em melodias já conhecidas, repetindo cada compasso, dançando no ritmo já conhecido.
Serei minha própria música, e sempre, sempre a cantarei com o peito aberto. Vou me celebrar, dançar ao som da minha batida, observar as constelações em meu corpo, soprar meus machucados.
É hora de seguir em frente. Arrumar o meu quarto. É hora de viver. Viver.
(nat.) Rebekah O’ Donneal
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