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As IAs não vão dominar o mundo

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É fato que com o passar dos anos mais tecnologias são criadas e desenvolvidas. Dessa forma, em 2023, houve um enorme crescimento na popularidade de inteligências artificiais, também chamadas de IAs, com sua diversificação e aumento em número. Gerando assim, certa ansiedade em diversas pessoas por medo de ameaçarem seus empregos, principalmente em meios artísticos.

Sob esse viés, elas são apenas ferramentas, incapazes de substituir integralmente um humano, mas a facilidade de seu uso pode trazer problemas. Serviços como o ChatGPT, capaz de criar extensos textos, estão sendo utilizados para a escrita e venda de livros feitos inteiramente por inteligência artificial. Dessa maneira, o mercado literário está sendo inundado por obras sem alma e desprovidas de criatividade, não passando de um dinheiro fácil, mas surpreendentemente sendo um bom retorno financeiro. (Quem não gosta de um dinheiro fácil?)

Outrossim, ferramentas capazes de criar imagens estão ameaçando ilustradores, tanto que muitos levaram ao tribunal a Stability AI, empresa criadora do Stable Diffusion. O processo consiste em uma violação de direitos autorais, pois o programa foi alimentado por obras criadas pelos artistas sem sua permissão e sem uma compensação. Ademais, muitas dessas IAs são capazes de imitar estilos artísticos, bastando o usuário ordenar o estilo do pintor.

Entretanto, acredito que a empresa ganhará o pleito, pois já houve um caso similar entre a Google (basicamente a dona do mundo hoje em dia) e autores de livros em 2005. A empresa estava escaneando as publicações para fornecer palavras à sua ferramenta de pesquisa sem a permissão dos escritores. No entanto, a gigante internacional prevaleceu, dado que o juiz declarou que o escaneamento era em prol de um serviço público e que nenhum usuário teria acesso a essas digitalizações. Porém, caso a Stability AI venha a perder, empresas maiores tomarão seu nicho, pois terão o recurso monetário para pagar por licenças de imagens e artes para alimentar seus programas. (Afinal, o dinheiro compra tudo).

Além disso, há o problema de geração de imagens com figuras públicas, podendo tornar “fake news” mais convincentes pelo uso de “deep fakes”, técnica a qual consiste em substituir o rosto de uma pessoa pelo de outra. Por esse motivo, há programas os quais já proíbem a criação delas (ou tentam proibir) como a MidJourney que tornou seu acesso pago após a criação de muitas imagens de cunho desinformativo.

Sendo o serviço digital mais rapidamente adotado por 100 milhões de pessoas em apenas 2 meses, é inegável a popularidade que se dá ao ChatGPT (olha ele aqui de novo) graças à sua praticidade, bastando apenas pedir algo e ele lhe dará sua resposta rapidamente, permitindo o usuário economizar o tempo de procurar de “site” em “site” a resposta daquilo que procura. Contudo, isso gera o problema da desinformação, pois, apesar de soar convincente, a resposta da IA é imprecisa e desprovida de fontes reais, tanto que basta pedir a ela as fontes que utilizou e ela entregará uma lista de endereços digitais irrelevantes para a pesquisa ou inventados. Dessa forma, junte uma informação imprecisa e uma massa de pessoas as quais não se preocupam em apurar os fatos e surge a receita para um desastre.

E quanto a outros setores de entretenimento, como jogos digitais e música? Não se preocupe, as IAs já estão presentes. O ChatGPT auxilia na criação de códigos de programação e a NVidia, empresa de tecnologias, está desenvolvendo o Magic3D, IA capaz de criar modelos tridimensionais a partir de um texto. Quanto à música, temos o Mubert AI, desenvolvido pela empresa de mesmo nome, permite gerar trilhas sonoras e, para complementar, o Google AudioLM o qual gera letras musicais. Ainda falta uma IA para cozinhar, escrever esse texto me deu fome…

Agora, para aqueles que temem uma dominação da raça humana ainda maior por IAs (ou você acha que todo aquele tempo navegando pelo Instagram, vendo só o que lhe agrada é coincidência?), não se preocupem, pois isso é improvável. O desenvolvimento de um programa sentiente seria extremamente caro e não seria permitido a ele alterar drasticamente seu código. Além disso, mesmo que de alguma forma houvesse seu nascimento, haveriam barreiras em sua programação que o impediria de levantar-se contra nós, como as Três Leis da Robótica escritas por Isaac Asimov, famoso autor de ficção científica, que consistem em:

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

 

Em suma, as inteligências artificiais farão cada vez mais parte de nossas vidas, porém não serão capazes de substituir humanos, principalmente em meios artísticos. Ademais, sua regulamentação a respeito de direitos autorais e contra seu uso indevido para a proliferação de “fake news” protegerá artistas e usuários de serem prejudicados. Contudo, cabe a nós seu uso de maneira consciente e efetiva.

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